PAÍS - Medidas para deter o real forte fizeram o País importar inflação As medidas do governo para conter a valorização do real adicionaram mais lenha na fogueira da inflação. O real forte atuava como um amortecedor interno do aumento dos preços das matérias-primas no exterior.
Agora, a contaminação se tornou direta e já acendeu um sinal de alerta no Banco Central (BC) e no mercado. Em economês, se diz que o País perdeu, momentaneamente, a chamada "âncora cambial".
"Desde que o ministro da Fazenda [Guido Mantega] falou em guerra cambial [em outubro do ano passado], vemos uma clara inconsistência entre a política monetária e a política cambial no País", afirmou o economista-chefe do banco Santander, Alexandre Schwartsman. "A monetária tem como objetivo baixar a inflação, mas a cambial pressiona a inflação para cima."
Durante todo o governo Lula, a valorização do real sempre contrabalançou os momentos de alta das commodities. Entre julho de 2010 a janeiro de 2011, por exemplo, o índice CRB (Commodities Research Bureau) subiu 26% em dólar e 19% em real. "O câmbio compensou a alta das commodities", disse o economista do JPMorgan, Júlio Callegari.
Graças às intervenções do governo brasileiro no mercado cambial, que se intensificaram a partir de outubro, com o aumento da alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o real praticamente estabilizou. Valia R$ 1,679 em 1º de outubro e R$ 1,674 em 31 de janeiro.
Outras medidas para conter a apreciação do câmbio incluem compra de reservas e redução das posições vendidas dos bancos em dólar futuro.
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