Wednesday, February 16, 2011

ENCUENTO OBAMA DILMA PARA MARZO PROXIMO

Dilma Rousseff e Barack Obama vão assinar um tratado de cooperação econômica e comercial durante a visita do presidente americano ao Brasil, no próximo mês de março, informa Patrícia Campos Mello.
O acordo criará mecanismos contra obstáculos que dificultam os
negócios entre os dois países.

Saturday, February 12, 2011

BRASIL IMPORTA INFLACION

PAÍS - Medidas para deter o real forte fizeram o País importar inflação As medidas do governo para conter a valorização do real adicionaram mais lenha na fogueira da inflação. O real forte atuava como um amortecedor interno do aumento dos preços das matérias-primas no exterior.
Agora, a contaminação se tornou direta e já acendeu um sinal de alerta no Banco Central (BC) e no mercado. Em economês, se diz que o País perdeu, momentaneamente, a chamada "âncora cambial".
"Desde que o ministro da Fazenda [Guido Mantega] falou em guerra cambial [em outubro do ano passado], vemos uma clara inconsistência entre a política monetária e a política cambial no País", afirmou o economista-chefe do banco Santander, Alexandre Schwartsman. "A monetária tem como objetivo baixar a inflação, mas a cambial pressiona a inflação para cima."
Durante todo o governo Lula, a valorização do real sempre contrabalançou os momentos de alta das commodities. Entre julho de 2010 a janeiro de 2011, por exemplo, o índice CRB (Commodities Research Bureau) subiu 26% em dólar e 19% em real. "O câmbio compensou a alta das commodities", disse o economista do JPMorgan, Júlio Callegari.
Graças às intervenções do governo brasileiro no mercado cambial, que se intensificaram a partir de outubro, com o aumento da alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o real praticamente estabilizou. Valia R$ 1,679 em 1º de outubro e R$ 1,674 em 31 de janeiro.
Outras medidas para conter a apreciação do câmbio incluem compra de reservas e redução das posições vendidas dos bancos em dólar futuro.

LA CLASE C EN CRECIMIENTO FANTASTICO EN EL GRUPO BRIC

VAREJO - Classe c é a nova força da economia do BRIC / Gleyma Lima
Até 2020, um em cada cinco moradores dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) estarão na classe C, que responderá por R$ 37 trilhões em consumo nessas regiões, conforme indicadores apontados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para abocanhar esse filão ascendente, redes como o Walmart, dono da marca TodoDia, estudam como aumentar sua presença com itens para esse perfil. Segundo o professor de Varejo da FGV, Claudio Goldberg, há um novo conceito no mercado varejista chamado "cheapchic", que se trata de um atendimento personalizado munido com produtos de qualidade e preços baixos. "Hoje este público-alvo [classe C] quer a mesma qualidade e os mesmos produtos oferecidos para as classes A e B. Eles estão mais exigentes por terem maior poder de compra ", enfatiza o porta-voz.
No vestuário, lojas como Barred's, Luigi Bertolli e M. Officer também começam a intensificar a oferta de roupas que atendam a esses clientes, além de analisar melhor a parte de crediário.
"A classe C hoje compra mais, mas compra mais lentamente. Compra menos vezes por ano e parcela mais", declara o coordenador-geral do Programa de Administração do Varejo (Provar), Claudio Felisoni

EUA BUSCA NEGOCIOS EN LA COPA Y OLIMPIADAS DE 2016

BRASIL - EUA mostram interesse em investir em Copa e Olimpíada no País
Após reunião durante a manhã desta quinta-feira no Palácio do Itamaraty, em Brasília, autoridades americanas demonstraram interesse em investir em projetos brasileiros para a Copa do Mundo de 2014 e para a Olimpíada de 2016.
De acordo com o secretário assistente para Economia, Energia e Negócios do Departamento de Estado americano, José Fernandez, os Estados Unidos têm vontade de investir em projetos para os dois eventos no Brasil.
"Nós falamos sobre as oportunidades que temos para investir aqui e sobre os planos que o Brasil tem para estádios, estradas, ferrovias, e ficamos muito animados com o que vimos. A reunião de hoje foi apenas informativa, ficamos a par do que está sendo feito, mas agora vamos ver como os EUA podem cooperar", disse ele em entrevista coletiva após a reunião.
De acordo com o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Pedro Carneiro, vários assuntos envolvendo infraestrutura e investimentos americanos foram discutidos, mas nada ainda foi acertado. "Falamos também sobre segurança alimentar, inclusão social, transferência de renda, biotecnologia, biocombustíveis. Não posso dizer que houve nenhum tema que não fosse de interesse do Brasil", declarou.
Fernandez também foi apresentado aos dois projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Ambos os países também discutiram a presença brasileira no Haiti, para tentar estabilizar a situação civil no país, que se agravou ainda mais com o terremoto que o atingiu há mais de um ano.
Mesmo com uma agenda de discussões ampla, não entrou em pauta o assunto mais aguardado - a compra de caças pela Força Aérea Brasileira (FAB). "Somente agora veio à tona, com esta pergunta", afirmou Pedro Carneiro. O secretário de Estado americano viu na pergunta uma oportunidade de marcar terreno e respondeu: "obrigado por perguntar", arrancando risos, inclusive do representante brasileiro.
Há mais de dois anos, o governo brasileiro adia a decisão de comprar 36 caças em um primeiro lote, a serem entregues a partir de 2014. Estão no páreo os caças Rafale, da francesa Dassault; Gripen, da sueca Saab; e F-18 Super Hornet, da americana Boeing. No fim do segundo mandato, o ex-presidente Lula havia deixado clara a sua preferência pelos caças franceses, mas deixou a decisão para a sua sucessora. Dilma Rousseff, por sua vez, já adiou sua decisão para 2012.

ARGENTINA SERA EL SEGUNDO MERCADO DE BRASIL PARA 2011

MERCOSUL - Argentina deve passar EUA no ranking dos mercados para produtos brasileiros / Sergio Leo
A Argentina deve superar os Estados Unidos, em breve, como segundo destino para as exportações brasileiras, só atrás da China, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento obtidos pelo Valor.
Em janeiro, as exportações aos argentinos cresceram 35,6%, bem acima da média do aumento nas vendas externas brasileiras, de 28,2%, na comparação com o mesmo mês do ano passado. As exportações para os EUA cresceram apenas 15,4%. As vendas argentinas ao Brasil não seguem o mesmo ritmo, o que tem provocado sucessivos superávits nas contas bilaterais. Em janeiro, o superávit quase quintuplicou em relação ao mesmo mês de 2010.
O governo aponta o fato como demonstração da crescente importância da Argentina para a indústria brasileira, mas o aumento do superávit brasileiro com a Argentina preocupa a presidente do país vizinho, Cristina Kirchner, que abordou o assunto ao receber a presidente Dilma Rousseff, em Buenos Aires, no início do mês.
O comunicado conjunto das duas presidentes chegou a mencionar a intenção de "continuar trabalhando para gerar um maior equilíbrio na balança comercial". O ministro de Relações Exteriores argentino, Héctor Timerman, reconheceu, após a visita, que o governo vizinho quer "resolver" o descompasso comercial.
No dias 17 e 18, haverá a primeira reunião da equipe de Dilma, chefiada pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para discutir os temas da Comissão de Monitoramento Bilateral de Comércio. O encontro será em Buenos Aires e terá como representante argentina a ministra da Indústria, Débora Giorgi.
O governo brasileiro tem argumentado que há um esforço para aumentar as compras de produtos argentinos, e que o superávit comercial é, em grande parte, compensado pelo aumento dos investimentos brasileiros na produção em solo argentino que, em 2010, chegaram a US$ 5,3 bilhões, levando o Brasil ao primeiro lugar entre os investidores do país.
Uma empresa de laticínios comprada pela Perdigão, Levino Zaccardi, exporta toda a produção de queijo duro ao Brasil. A Alpargatas, a maior produtora de calçados do país, é do grupo Camargo Corrêa, também proprietário da Loma Negra, primeira empresa do setor de cimentos, com 40% do mercado. Quase 50 grandes grupos brasileiros mantêm investimentos pesados no país, como a Votorantim, que anunciou recentemente ampliação de instalações ao custo de US$ 200 milhões. Motivadas também por fábricas instaladas no país vizinho para fornecer ao mercado brasileiro, as importações brasileiras originadas na Argentina cresceram, em janeiro, quase 21%, desempenho semelhante ao da média das importações do Brasil. No caso das exportações brasileiras, o setor automotivo é o líder nas vendas ao mercado argentino, principalmente devido às autopeças, que somaram negócios de US$ 145 milhões em janeiro. As compras brasileiras de autopeças argentinas atingiram, no mesmo período, US$ 51 milhões.
O déficit no comércio de autopeças é uma das principais queixas dos argentinos. As dificuldades encontradas na alfândega por empresas do setor levaram a firma Baterias Moura a instalar, no município argentino de Pilar, uma fábrica ao custo de US$ 30 milhões.
A pauta bilateral a ser discutida por Pimentel e Débora não tem graves divergências, apesar das ameaças do secretário de Comércio argentino, Guillermo Moreno, de levantar barreiras a produtos importados, inclusive brasileiros. A proximidade do período eleitoral no país vizinho, no entanto, cria o risco de que os desequilíbrios no comércio ganhem destaque no debate político local.
O resultado de janeiro eleva, de 8,6% para 9,1%, a participação da Argentina entre os mercados para as exportações brasileiras. Os EUA, que compraram US$ 1,7 bilhão em produtos brasileiros neste mês, representam 10,9%. A China segue aumentando a participação como mercado do Brasil, de 10% do total, em janeiro de 2010, para 11,7%. Mantido o ritmo de crescimento nas vendas a ambos os países, a Argentina poderá superar os EUA ainda neste semestre.
Em 2010, o superávit nas transações comerciais com a Argentina chegou a pouco mais de US$ 4 bilhões, 172% acima do resultado do ano anterior. Neste ano, pode chegar a US$ 5,6 bilhões, segundo previsão de uma das consultorias mais respeitadas no país, a Abeceb.
Nas conversas mantidas em Buenos Aires, durante a visita de Dilma ao país, as equipes dos dois governos procuraram tirar o foco da discussão do comércio bilateral e apontaram unanimemente a concorrência da China como o principal problema competitivo dos exportadores dos dois países. Uma das maneiras de tentar enfrentar o problema é a promoção de missões comerciais conjuntas, em busca de terceiros mercados. A Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) já discute o assunto com o governo argentino.

Fonte

LAS RESERVAS DE BRASIL PASA LA MARCA HISTORICA DE LOS 300 MIL MILLONES DE DOLARES

ECONOMIA - Reservas já ultrapassam os US$ 300 bilhões / Renato Andrade
As reservas internacionais ultrapassaram na quarta-feira a marca histórica de US$ 300 bilhões.
O volume recorde dessa espécie de seguro contra crises reflete a atuação cada vez mais agressiva do Banco Central de enxugar o excesso de dólares que entra no País. "O governo não tem alternativa. O fluxo de dólares continua e o BC tem que esterilizar o excesso", avalia Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio. "Considero o valor um exagero, mas não vejo outra saída"".
Pelos dados divulgados ontem, as reservas atingiram na quarta-feira o montante exato de US$ 300,271 bilhões, um salto de US$ 478 milhões em um dia.
Para o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, a política de acúmulo de reservas se mostrou "extremamente bem sucedida". Especialistas, porém, consideram que um volume elevado de reservas gera custo alto para o governo. Essa despesa ocorre por conta da diferença dos juros no Brasil e no exterior. Ao comprar dólares, o BC se endivida em reais e paga ma taxa de juros que atualmente está em 11,25% ao ano e tende a subir. Ao mesmo tempo, o BC aplica os dólares em sua maior parte em títulos do governo dos EUAs, cuja taxa é pouco superior a 3%. / Colaborou Fabio Graner

A DESASTRADA DIPLOMACIA DE LULA

OPINIÃO - A desastrada diplomacia de Lula / Opinião / João Mellão Neto*
Aos 40 dias de governo, Dilma Rousseff tem dado seguidos sinais de que sua gestão não será uma continuação da anterior.
Nem poderia. Ela não teria como competir com Lula no seu principal quesito, que é o carisma. Ele tem uma história de vida fascinante, à qual alia uma retórica arrebatadora. Dilma terá de compensar tudo isso firmando uma imagem diferente. Em princípio - ao que parece - ela o fará primando pela racionalidade, pela firmeza e pela eficiência. Isso tudo a levará a divergir de seu criador. Ao menos no que tange aos aspectos mais polêmicos e heterodoxos de sua administração. Política exterior, por exemplo. Dilma já declarou que se vai contentar em defender valores universais, tais como os direitos humanos. E, também, em respeitar e fazer que sejam respeitados todos os acordos e contratos que forem estabelecidos com as demais nações.
Dilma não pretende seguir a espetaculosa diplomacia de Lula. Nos últimos oito anos, o nosso incansável ex-presidente perambulou e predicou pelo mundo inteiro. Agora já dá para fazer um balanço dos resultados.
Lula fez-se presente nas mais obscuras e desconhecidas nações da África. Oficialmente o fez para incrementar o nosso comércio. Na prática, tudo o que conseguiu foi alimentar nossa curiosidade por geografia.
Como um pai generoso, mostrou-se condescendente com todas as diabruras de nossos vizinhos, aqui, da América Latina. Triplicou o valor que o Brasil paga pela eletricidade do Paraguai, entregou refinarias brasileiras à Bolívia, defendeu intransigentemente a Venezuela, exaltou o regime de Cuba e cedeu a todas as chantagens comerciais da Argentina. Tudo a pretexto de manter uma política de boa vizinhança.
Comprou briga com os EUA a título de reafirmar a nossa autonomia, reconheceu a China como "economia de mercado", cortejou a França como "parceira estratégica", irritou tanto árabes como israelenses ao tentar intermediar os seus conflitos e se indispôs com o resto do mundo ao dar legitimidade ao regime vira-latas de Ahmadinejad, no Irã.
Fez tudo isso com o manifesto objetivo de conseguir para nós uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. E também, segundo ele, para fazer brilhar a imagem do Brasil no exterior. Quais foram os resultados? Vamos lá.
Os países africanos receberam Lula com grandes festas, e não passou disso. No que diz respeito ao comércio, eles não têm dinheiro para comprar nada da gente e nós não temos interesse em comprar nada deles. Fazer um intercâmbio de coqueiros talvez funcione.
Aqui, na América Latina, a imagem do Brasil é a de um grande e balofo cão São Bernardo que, na ânsia de agradar, faz papel de bobo perante os seus coleguinhas menores. A tão almejada "liderança natural" do Brasil no subcontinente, assim, ainda está muito longe de ser alcançada.
Ao contrário. Na Unasul e no Foro de São Paulo quem dá as cartas é Hugo Chávez, que, aliás, se valeu da vaidade e da boa-fé de Lula para nos pôr em situações difíceis. Foi ele que instigou Evo Morales, da Bolívia, a nacionalizar as empresas brasileiras e também transformou a nossa embaixada em Honduras em casa de repouso do ex-presidente de lá.
Lula dispôs-se até a enviar tropas brasileiras para garantir a paz no Haiti. Nossos soldados estão nesse país até hoje. E já faz mais de seis anos. Ninguém sabe quando e como sairemos de lá. Que benefício este gesto de generosidade nos trouxe? Nenhum. Quando ocorreu algo realmente sério - um terremoto -, os norte-americanos trataram de desembarcar por lá e resolver o problema sozinhos. Não confiaram nos nossos pracinhas para nada.
A propósito dos EUA, os nossos gestos de hostilidade a eles serviram apenas para reafirmar a nossa pretensa autonomia terceiro-mundista. Em termos comerciais e políticos, foi um verdadeiro desastre. Logo que assumiu a presidência, Barack Obama cuidou de afirmar, em público, que Lula era "o cara". O nosso presidente levou a gentileza ao pé da letra, acreditou que era realmente um sujeito "especial", e passou a esnobar o colega e o seu país.
Não que os norte-americanos tenham ficado muito sentidos com isso. Apenas o Departamento de Estado riscou o Brasil do mapa e, em consequência, nós perdemos uma chance histórica de vender etanol a eles. Obama já tinha declarado a sua intenção de buscar, em curto prazo, fontes "limpas" de combustível.
Quanto aos outros dois países ricos que Lula cultivou, ocorreu o seguinte: a China aproveitou o status de economia de mercado que o Brasil lhe concedeu para nos entupir de bugigangas fabricadas por lá. E nós não podemos mais levantar nenhuma barreira contra isso. Já quanto à França, a simpatia dela nos custou a promessa de lhes comprarmos três dezenas de aviões de combate.
Agora, a obra-prima da desastrada diplomacia lulista foi a inconsequente tentativa de intermediar um acordo em torno do programa nuclear iraniano. Será que o nosso ex-presidente estava tão cheio de si a ponto de acreditar - como ele mesmo declarou em público - que estava "conseguindo, em 24 horas, o que os americanos não obtiveram em 20 anos"?
O que o Brasil conseguiu, de fato, foi atrapalhar a negociação internacional de sanções contra o Irã. O mundo zangou-se por causa da nossa intromissão e o Brasil ficou com a fama de "parceiro não confiável".
Até os países africanos - que Lula tanto cultivou - votaram contra a proposta brasileira na ONU. E nós contávamos com o apoio deles... Com tudo isso, o tão almejado assento permanente no Conselho de Segurança ficou ainda mais distante.
Pensando bem, será que valeu a pena?
*Jornalista, deputado estadual, foi deputado federal, secretário e ministro de estado. Fonte: O Estado de São Paulo (11/2/2011)